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4 Introdução Turismo sustentável Por natureza, somos viajantes curiosos. Temos, desde sempre, explorado novos destinos. Primeiramente, por necessidade e curiosidade e, nos dias de hoje, sobretudo por lazer e realização pessoal. No entanto, a forma como atualmente exploramos os novos destinos, viajamos e passamos os tempos livre mudaram bastante e, assim, temos vindo a registar um impacte ambiental relevante. Paralelamente, algumas comunidades que se situam nestes destinos têm enfrentando outras dificuldades, vivendo em condições inadequadas e com situações de trabalho injustas. Em 2019, o setor de Viagens e Turismo foi responsável por 10,3% do PIB e empregava 333 milhões de pessoas ao nível mundial. Em 2020, diminuiu 50% devido à pandemia COVID-19 e consequentes restrições da mobilidade. Contudo, iniciou um processo de recuperação no ano seguinte, registando um forte crescimento (WTTC 2022). O turismo mundial gera cerca de 8% da emissão de gases de efeito de estufa (GEE), num contexto em que os países com maiores rendimentos são responsáveis pela maior pegada ambiental (Lenzen et al., 2018). Antes da pandemia, 50% do turismo internacional mundial era originário da Europa, sendo suportado por cerca de 23 milhões de PME, que empregam aproximadamente 12,3 milhões de pessoas. Em 2018, contribuía em 3,9% para o PIB europeu e 5,1% do total da força de trabalho (UE, 2022). Uma vez que as práticas de lazer e de turismo são intrínsecas à natureza humana, devemos alterar os nossos hábitos de consumo, de acordo com os princípios da sustentabilidade. Apesar de não existir uma definição universal, a Organização Mundial do Turismo definiu turismo sustentável como “turismo que tem considera o impacte que provoca na economia, na sociedade e no ambiente, correspondendo às necessidades dos visitantes, do setor, do ambiente e das comunidades de acolhimento” (OMT, 2022). A dimensão ambiental, relacionada com o desenvolvimento de atividades de impacte reduzido e que não prejudicam os ecossistemas naturais; a dimensão social, que assegura emprego permanente com condições de trabalho seguras e salários justos; a dimensão económica, que assegura os lucros e a eficiência dos recursos: estes três pilares (dimensões) do turismo sustentável deverão ser desenvolvidos com os recursos endógenos, respeitando as tradições locais. Gestão integrada de recursos hídricos Existem diversas práticas e produtos turísticos. Um dos mais populares atualmente é o turismo náutico, praticado em rios, lagos, mares e outros cursos de água. Considerando a questão da sustentabilidade no turismo náutico, a gestão integrada de recursos hídricos (GIRH) é desenvolvida perante importantes princípios e práticas. O conceito é definido como “um processo que promove o desenvolvimento coordenado da gestão da água, território e recursos relacionados, visando maximizar apoios económicos e sociais de forma equitativa sem comprometer a sustentabilidade de ecossistemas vitais” (PNUA, 2022).

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